terça-feira, 18 de janeiro de 2011

2. É possível ser o mensageiro da desgraça e ficar em paz?

Para iniciar, abordaremos o ato mais simples das tarefas de um oficial de justiça, o de entregar um papel contendo uma ordem judicial.

Mesmo nesse ato mais simples e aparentemente menos impactante do que uma penhora, uma remoção de bens, um despejo, é importante percebermos o efeito psicológico e espiritual que uma intimação pode causar em alguém,  quando  por oficial de justiça. Com o carteiro (AR), esta interação mental/energética/espiritual praticamente inexiste,  pois é só o carteiro conhecido do dia a dia que traz um documento que precisamos assinar.
Já o oficial representa no inconsciente o estado, o governo, mas principalmente aquele opositor que vem nos acionando ou agora inicia uma ação. Há toda uma carga de problemas emocionais não resolvidos com quem nos governa, mas em especial com quem estamos em desentendimento.
Nosso “cliente”  é pego sempre de surpresa.  Está em seu lar ou no seu trabalho, realizando suas atividades rotineiras, em uma sintonia mental diferente. Às vezes mais elevada, outras menos, muitas já tendo planejado mentalmente o que fará e falará quando for encontrada pelo oficial. Mas não sabe o que ocorrerá no minuto seguinte, quando  receberá o oficial de justiça, representando tudo que representamos no inconsciente coletivo, e lhe comunicaremos algo que está escrito no mandado.
Até os que são beneficiados pela justiça também ficam em um certo estado de tensão aos nos receber. Apesar de serem autores na ação da qual temos o mandado, tem eventualmente outros problemas que podem colocá-los no lado contrário.
Quem já recebeu um colega oficial de justiça em sua casa ou trabalho sabe do que estamos falando. É importantíssimo colocarmo-nos no lugar dos milhões de seres humanos que contatamos todo mês para percebermos como se sentem e, a partir daí, tentarmos mudar nosso padrão de  reação, às vezes já automatizado por anos de prática. Deixando claro que o fato de compreendermos o sentimento alheio não significa de forma alguma que deixaremos de cumprir nosso trabalho como determina a lei.
Devemos cumprir  nosso trabalho trocando menos energias com nossos “clientes”, afetando-nos menos negativamente e, consequentemente, também não os afetando além do  sofrimento imposto que ordem judicial possa ter lhe levado.
Como nos sentimos ou nos sentiríamos ao receber um oficial de justiça em nossa porta? Mesmo que ao final fosse apenas um engano de endereço, ou uma notícia que não fosse contra nós, o aviso de que há um oficial de justiça nos esperando nos coloca psicologicamente em alerta. O que será? Devo algo e estaria sendo cobrado? Não me precavi suficientemente em alguma transação? Alguém poderá estar me acionando injustamente? É algo daquela ação que já sei existir contra mim?
Há, sem dúvida, toda uma energia mental e espiritual trocada nesta ação simples, quando apenas intimamos alguém.
No próximo post,  aprofundaremos em Ação e Reação Mental com os “Clientes” do OJ.
Paz e Luz! Beto Vasquez, oficial de justiça

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