quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

4. O Sentimento de Raiva no Trabalho do Oficial de Justiça

Comecei a pensar e notei  muitas situações que podem nos contrariar, nos irritar. Em suma, que nos agridem. Muitas mesmo. Todos sabemos disso, mas talvez não notemos quantas agressões sofremos no nosso ambiente de trabalho e como isso nos afeta, gerando mágoa, ressentimento, irritação, pensamentos fixos, desejo de vingança, raiva mesmo, que podem se transformar em explosões, stress, desmotivação e até depressão.
Antes mesmo de chegarmos à sala dos oficiais ou na central de mandados, os pedidos dos familiares para que “quebremos um galho, já que estamos na rua”, o próprio trânsito, o risco da violência na saída de casa e na chegada ao foro. Sem contar com a chuva, o calor ou o frio, as estradas precárias no interior.
Ao  pegarmos os mandados, a forma errônea de alguns mandados,  as cobranças e raramente elogios, as  tensões por questões imaginárias (acho que este mandado será complicado, mas talvez nem exista o endereço...) ou reais (já fui ao local e sei que é bronca), a tensão de outros colegas, às vezes desabafando suas dificuldades, a quantidade excessiva de trabalho ou sua má distribuição. Sem falarmos no reajuste não concedido, no preconceito dos colegas de outros cargos, na má gestão de muitos tribunais e dos governos.
Cumprindo os mandados, mais uma vez as tensões da rua, o “chá de banco”, as esquivas, as agressões verbais (aos autores, ao judiciário, ao governo, mas sempre ouvidas e sentidas por nós), a tensão emocional de quem é penhorado, despejado, retirado de um lar.
Sim, temos um ambiente de trabalho hostil. Como podemos lidar com estes sentimentos?
No próximo post “5a . Antídotos para a raiva – o Perdão no trabalho do OJ”
Paz e Luz! Beto Vasquez